Honda XL 250 R (1985) – A clássica aventureira que resiste ao tempo
Se você cresceu assistindo a filmes dos anos 80, jogando fliperama e ouvindo bandas de rock com penteados suspeitos, então a Honda XL 250 R de 1985 é para você. Esta máquina é um verdadeiro ícone da era em que os aventureiros de duas rodas eram movidos pela sede de explorar qualquer terreno – e não por aplicativos de navegação.
Primeira impressão: um trator sobre duas rodas
A XL 250 R não é uma moto para os fracos. Não há carenagens aerodinâmicas, modos de pilotagem eletrônicos ou qualquer outra frescura moderna. O que temos aqui é uma moto magra, esguia e brutalmente honesta, projetada para levar você do ponto A ao ponto B, mesmo que no meio do caminho tenha um deserto, um rio e uma floresta infestada de cobras.
Com um design clássico de trail, um farol quadrado que parece saído de um catálogo da NASA dos anos 80 e um banco longo o suficiente para carregar um amigo ou um porco, a XL 250 R grita "aventura".
Motor: Simples, robusto e indestrutível
A alma desta máquina é um motor monocilíndrico de 249 cm³, refrigerado a ar, que entrega 22 cavalos de potência. Pode parecer modesto para os padrões modernos, mas na época era o suficiente para encarar trilhas, estradas esburacadas e até mesmo um apocalipse zumbi. Com um torque de 2,1 kgfm a 7.000 rpm, a moto responde bem às exigências do fora de estrada, mesmo que a entrega de potência não seja explosiva.
A tecnologia RFVC (Radial Four Valve Combustion) introduzida pela Honda na época melhora a combustão e oferece um pouco mais de eficiência e torque. O câmbio de seis marchas permite boas retomadas e uma velocidade máxima na casa dos 130 km/h – o que, convenhamos, em uma trilha de terra já parece um ataque suicida.
Ciclística: suspensão de verdade para terrenos de mentira
A XL 250 R vem equipada com suspensão Showa de longo curso. Na frente, um garfo telescópico e, na traseira, o icônico sistema Pro-Link, que ajudava a moto a absorver impactos como uma esponja gigante. Se você resolver pular uma cerca, cair em um buraco ou aterrissar em um campo minado, há uma boa chance de que sua coluna sofra antes da moto.
Com 127 kg a seco, a XL 250 R é relativamente leve para os padrões das trails antigas, tornando-a mais manobrável do que um trator, mas ainda com aquela sensação de que você está domando um cavalo selvagem. O tanque de 9 litros exige planejamento em viagens mais longas, mas, considerando a economia do motor, você pode rodar por quilômetros antes de se preocupar com um posto de gasolina – que provavelmente será uma bomba manual no meio do nada.
Ergonomia e conforto: a definição de "aceitável"
O assento é um tijolo estofado. Não há muito conforto aqui, mas o formato permite liberdade de movimento, essencial para quem quer dominar trilhas. A posição de pilotagem é agradável para quem tem espírito aventureiro e um cóccix de aço.
Os freios são a maior prova de que você está lidando com tecnologia dos anos 80: tambor em ambas as rodas. Ou seja, eficiência na frenagem proporcional à sua força de vontade e ao seu peso corporal.
Conclusão: um verdadeiro tanque off-road
A Honda XL 250 R de 1985 é uma moto para quem busca aventura na sua forma mais pura. Esqueça conforto, esqueça tecnologia e esqueça facilidade. Essa moto é um convite para se sujar, se machucar e se apaixonar pelo motociclismo raiz. É uma trilheira que não se rende ao tempo, uma guerreira do barro e um ícone para aqueles que acreditam que motos foram feitas para explorar o mundo – e não para ficar trancadas em garagens com cera automotiva.
Se você quer uma trail de verdade, sem mimos e sem frescura, a XL 250 R é sua resposta. Só não esqueça de amarrar bem os dentes antes de pegar uma estrada esburacada.
 
Ficha Técnica – Honda XL 250 R (1985)
Motor:
Tipo: Monocilíndrico, 4 tempos, RFVC (Radial Four Valve Combustion)
Cilindrada: 249 cm³
Refrigeração: Ar
Taxa de compressão: 8.6:1
Potência máxima: 22 cv a 8.000 rpm
Torque máximo: 2,1 kgfm a 7.000 rpm
Alimentação: Carburador Keihin de 30 mm
Partida: Pedal
Câmbio: 6 marchas
Chassi e Dimensões:
Quadro: Berço semiduplo em aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, curso de 240 mm
Suspensão traseira: Pro-Link monoamortecida, curso de 220 mm
Comprimento: 2.150 mm
Largura: 840 mm
Altura: 1.190 mm
Entre-eixos: 1.415 mm
Altura do assento: 860 mm
Peso seco: 127 kg
Capacidade do tanque: 9 litros
Freios e Rodas:
Freio dianteiro: Tambor
Freio traseiro: Tambor
Pneus: 3.00-21 (dianteiro) / 4.60-17 (traseiro)
Desempenho:
Velocidade máxima: Aproximadamente 130 km/h
Consumo médio: 25 a 30 km/l
Se o Jeremy Clarkson pilotasse uma dessas, provavelmente terminaria dizendo: "Simplesmente brilhante. E agora, um rali no Saara!"